
Muita gente me pergunta como foi a transição de uma carreira em comunicação para o adestramento canino.
Preciso esclarecer que a teoria da comunicação é a base para tudo o que fazemos na vida — e isso não é diferente quando falamos em comunicação entre espécies.
Antes de tudo, é preciso compreender a linguagem utilizada por cada espécie: como se comunicam, quais canais utilizam e, principalmente, em que contexto essa comunicação ocorre.
Se eu pudesse escolher apenas um tema principal para ensinar aos tutores sobre seus animais, com certeza seria a comunicação.
Entender o que o cão está tentando nos dizer — e saber transmitir a ele o que queremos que compreenda — é a base de qualquer relação saudável.
1. Cães nos entendem, mas nós não os entendemos
Pesquisas mostram que os cães têm grande habilidade para perceber nossos estados emocionais por meio da linguagem corporal humana, cheiro e posturas.
Por outro lado, nós costumamos interpretar os sinais caninos como se estivéssemos lidando com humanos — e isso gera muitos mal-entendidos.
Cães não tem moral, eles não pensam no que é certo ou errado – eles fazem o que é necessário para garantir a sua sobrevivência.
Aquela “carinha de culpa”? Não é culpa. Na verdade, é um sinal de apaziguamento — ele percebeu sua emoção e tenta acalmá-lo.
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2. Sinais de calma são uma poderosa ferramenta — e eles usam com a gente também!
Na natureza, brigas são arriscadas. Por isso, cães preferem evitar confrontos com sinais de apaziguamento, como:
- Olhar de lado e abaixar a cabeça: “sou de paz”.
- Chacoalhar o corpo sem estar molhado: “tô tenso!”.
- Bocejar sem sono: “isso me deixa desconfortável…”.
- Mostrar o branco dos olhos e encolher o corpo: “tá tudo bem, por favor, não briga”.
Você já notou algum desses sinais no seu cão?
3. O latido tem muitos significados — e nenhum é pra te irritar!
O latido é uma forma de comunicação.
Ele pode significar:
- Latidos espaçados: quer sua atenção.
- Latidos agudos e contínuos: estresse ou frustração.
- Uivos: resposta a sons como sirenes ou outros cães.
O segredo é observar o contexto e o corpo do cão junto ao som que ele emite.
4. O corpo fala — e no caso dos cães, fala muito!
Orelhas, rabo, postura… o corpo do cão revela muito. Mas é importante entender que os sinais devem ser avaliados tanto em separado quanto em conjunto, principalmente em relação ao contexto.
Em geral, analisamos:
- Face: olhos, orelhas, boca, língua, respiração.
- Cauda: altura, velocidade e tipo de movimento.
- Corpo: tensão, pelos eriçados, pata levantada.
Dica: uma cauda balançando NÃO significa somente alegria. Depende da forma como ela está a balançar e o restante dos sinais!
5. Ensinar habilidades é dar voz ao seu cão
É muito comum pessoas dizerem que não querem treinar “truques” com os cães para que não percam a naturalidade.
Treinar dicas (comandos não!) como “senta”, “deita” ou “vem” não tem nada a ver com tirar a naturalidade do animal.
O objetivo é, na verdade, facilitar a comunicação entre vocês. Um cão que aprende essas habilidades terá muito mais facilidade para comunicar a você o que ele quer.
Exemplos:
- Quer subir no sofá? Ele pode sentar e esperar o “ok”.
- Quer sair? Pode tocar você com o focinho e se posicionar perto da porta.
Enfim, treinar habilidades é investir na comunicação e no vínculo entre vocês!
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